Grão teve parte relevante da sua produção preservada em meio ao desastre climático, com lavouras colhidas antes da enchente. Estimativa da Emater é que tenham sido produzidas 19,5 milhões de toneladas. Riqueza movimenta municípios e terá papel fundamental para reaquecer demais setores. ZH percorreu mais de 1,2 mil quilômetros para ouvir os protagonistas desta história.
Principal cultura agrícola do Rio Grande do Sul, a produção de soja obteve um desempenho superior nesta safra em relação ao ciclo passado – apesar da enchente que devastou boa parte da agropecuária gaúcha. O recorde que estava previsto inicialmente não se confirmou em função do excesso de chuva, mas ainda assim trata-se de um dos maiores volumes já colhidos no RS. Passada a enchente, o tamanho da safra fica mais visível, assim como a certeza de que a retomada da economia terá como um dos seus pilares a produção primária.
Ainda que o efeito da cheia tenha sido nefasto para mais de 200 mil propriedades rurais, parcela significativa da safra de verão foi preservada porque já havia sido colhida. A inundação veio na finalização do ciclo e atingiu com menos força as principais regiões produtoras. No início da colheita, a projeção era de um recorde de 22,2 milhões de toneladas de soja (uma recuperação após duas estiagens), o que não chegou a ocorrer. Ainda assim, o ciclo 2023/2024 está entre os maiores da história do RS, com 19,5 milhões a salvo, conforme o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera. Na conta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alívio parecido. A projeção próxima a 23 milhões de toneladas do grão foi recalculada para 20,1 milhões no Estado.
Maiores safras de soja no RS
- 2021: 20.420.501 toneladas
- 2017: 18.744.186 toneladas
- 2019: 18.498.119 toneladas
- 2018: 17.538.725 toneladas
- 2016: 16.209.892 toneladas