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Emater/RS estima crescimento de 56,21% na produção de milho na safra 2023/24

Para a Safra 2023/2024, projeta-se redução de aproximadamente 0,7% na área de cultivo em relação ao ano anterior. Essa diminuição pode estar associada a duas razões principais. Uma delas se refere à redução significativa na cotação do cereal, que se situa atualmente na média de R$ 53,28/sc. de 60 kg, e em 2022 era de R$ 83,96, e a média dos últimos cinco anos é de R$ 61,28 (ajustada pelo IGP-DI). A outra razão está relacionada ao impacto da estiagem nos anos anteriores, que resultou em resultados insatisfatórios, somados aos elevados encargos com seguro para as safras seguintes, culminando em aumento dos custos de produção.

Apesar dessa retração na área cultivada, antevê-se crescimento de 56,21% na produção, impulsionado pelo incremento da produtividade, que é de 56,13%. A área estimada de cultivo – 817.521 hectares –, constitui-se como a quinta maior dos últimos 10 anos, porém apresentando redução de 12% em relação a 2014, quando a safra atingiu 925.514 hectares, sendo a maior da década analisada. Já a produção está estimada em 6.061.198 toneladas, configurando-se como a maior dos últimos 10 anos. Esse total se deve à produtividade prevista de 7.414 kg/ha, que constitui a segunda maior desde 2019, quando se alcançou o valor de 7.519 kg/ha. Comparativamente a 2014, esse aumento de produção corresponde a uma elevação de 12%.

Em relação ao andamento da semeadura, durante o período, a extensão da área foi ampliada, abrangendo mais regiões no Estado. A operação está mais avançada e próxima da conclusão em parte da Região Oeste, e avança, de maneira mais gradual, no quadrante Nordeste.

As geadas de baixa intensidade que ocorreram nas madrugadas de 26 e 27/08, parecem não ter causado danos significativos ao desenvolvimento das lavouras. Durante o período, foi observado um aumento na população de cigarrinha (Dalbulus maidis), especialmente na Região Oeste. A infestação foi identificada em áreas recém-emergidas, entre os estágios V1 e V2, com presença de mais de três indivíduos por planta. Esse contexto levou os produtores a iniciar medidas de controle populacional desses insetos. Contudo, ainda não estão sendo utilizados produtos biológicos em conjunto por causa do tamanho reduzido das plantas e das dificuldades de se atingir eficazmente os insetos-alvo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as baixas temperaturas, durante a noite, afetaram negativamente a emergência e o crescimento das plantas. Em Manoel Viana, a semeadura de milho está quase finalizada, porém as lavouras estão com problemas de infestação de cigarrinha, o que requer a aplicação de inseticidas. Em São Borja, a escassez de chuvas está impossibilitando a aplicação nitrogenada em cobertura nas lavouras. Em Maçambará, a falta de umidade adequada resultou na suspensão do plantio. Apesar disso, a maioria das lavouras está apresentando germinação satisfatória, contribuindo para a densidade adequada de plantas.

Na de Erechim, cerca de 20% da área já foi plantada e encontra-se em fase de germinação. Na de Frederico Westphalen, cerca de 50% da área já foi implantada. As lavouras estão em fase de germinação e crescimento. Embora tenham ocorrido temperaturas baixas e geada pontualmente, o estágio de desenvolvimento das plantas deve minimizar o impacto desses eventos.

Na de Ijuí, a semeadura prosseguiu, especialmente na Região Celeiro, onde, em alguns locais, já alcança 40% da área projetada. No Alto Jacuí, o ritmo é mais lento, e a operação foi executada em aproximadamente 20% da área. Os produtores estão monitorando a presença de cigarrinha, utilizando iscas tanto nas lavouras quanto na vegetação espontânea.

Na de Lajeado, na Região dos Vales, as lavouras estão em estágio inicial e receberam a aplicação de adubação nitrogenada de cobertura.

Na de Passo Fundo, ocorreu o início da dessecação da vegetação em áreas designadas para o estabelecimento das lavouras.

Na de Pelotas, há tendência de diminuição da área destinada à cultura em comparação com a safra anterior. Além do preço, considerado baixo, parte dos produtores justifica essa redução pelo fato dos armazenadores e transportadores se dedicarem prioritariamente à colheita e à logística da soja. Assim, as operações envolvidas na cultura de milho, como colheita, transporte, recebimento, secagem, classificação e armazenamento, ficam em segundo plano.

Na de Santa Rosa, 70% da área já foi plantada. As lavouras apresentam germinação e densidade populacional adequadas. Algumas, mais adiantadas, estão prestes a receber a primeira aplicação de cobertura nitrogenada. Foram efetuados tratamentos fitossanitários de combate à cigarrinha.

Na de Soledade, a semeadura foi expandida por toda a região, e as lavouras estão atualmente no estágio inicial de emergência. Até o momento, a proporção da área semeada é relativamente baixa, situando-se em 6%.

Fonte: Emater/RS