A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou suas estimativas para a produção de soja e milho no Brasil para a safra 2023/2024, destacando os impactos climáticos adversos que afetaram as colheitas e as projeções para o mercado interno e externo.
Produção de Soja
A produção de soja está estimada em 147,6 milhões de toneladas para a safra 2023/2024, uma redução de 4,5% em relação à safra anterior, que registrou a maior colheita da história com um recorde significativo. Essa diminuição na produção já reflete os impactos iniciais da catástrofe climática no Rio Grande do Sul, segundo a Conab.
Apesar de um aumento de 3,8% na área plantada, totalizando 45,7 milhões de hectares, a produtividade caiu em quase todo o país. Isso se deve às condições climáticas adversas que afetaram o desenvolvimento da cultura, incluindo períodos de seca e excesso de precipitações em momentos críticos. A falta de chuvas durante a fase de crescimento e o excesso durante a colheita criaram um ambiente desfavorável para o crescimento saudável das plantas.
A estimativa inicial de exportações de soja é de 92,5 milhões de toneladas. No entanto, essa projeção tende a ser revisada à medida que os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul forem melhor dimensionados. A produção brasileira de soja é fundamental para o abastecimento interno, mas os maiores impactos serão sentidos no mercado internacional, onde a soja brasileira é um produto chave. A demanda global, especialmente da China, continuará a pressionar o mercado, influenciando os preços e as estratégias de exportação.
Produção de Milho
Para a safra 2023/2024, a Conab estima uma queda de 15,4% na produção total de milho em comparação com a safra 2022/2023. Essa redução significativa é resultado de uma primeira colheita mais fraca, influenciada por condições climáticas adversas, incluindo secas prolongadas e chuvas insuficientes em momentos cruciais do ciclo de cultivo.
Na segunda colheita, as condições climáticas variam significativamente entre as regiões produtoras. Em Mato Grosso, por exemplo, as condições climáticas e do solo são favoráveis, o que deve resultar em uma produtividade mais alta. No entanto, em estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e partes do Paraná, a redução das precipitações em abril provocou sintomas de estresse hídrico em diversas áreas, prejudicando a produtividade.
O estresse hídrico é um fator crítico que afeta diretamente o rendimento das culturas. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a falta de chuvas durante a fase de enchimento de grãos resultou em espigas menores e grãos menos desenvolvidos. Em São Paulo e Minas Gerais, a irregularidade das chuvas comprometeu o desenvolvimento uniforme das plantas, impactando negativamente a colheita.
A Conab ressalta que as condições climáticas continuam a ser um fator crucial na determinação das estimativas de produção para ambas as culturas. A variação climática e os eventos extremos têm demonstrado um impacto significativo na agricultura brasileira, afetando tanto a produção quanto a exportação. A companhia continuará monitorando as condições e ajustando suas projeções conforme necessário para fornecer uma visão precisa do panorama agrícola brasileiro.
