A última semana de maio foi marcada por uma tendência de queda nos preços da soja na Bolsa de Chicago, apesar de ter sido uma semana mais curta devido ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos. Após a retomada das negociações na terça-feira, 28 de maio, a soja para vencimento em julho encerrou a sexta-feira, 31 de maio, cotada a 1205 cents por bushel, registrando uma queda semanal de 3,4%.
O mercado está cada vez mais focado na safra norte-americana, com especulações de que a soja pode ganhar áreas de plantio de última hora. Esse cenário contribuiu para um movimento de venda, refletindo a incerteza sobre o balanço final de oferta e demanda. Além disso, as importações chinesas de soja continuam a ser monitoradas de perto. Atualmente, as margens de esmagamento na China estão pressionadas, o que também influencia as expectativas de demanda.
O clima na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina, também tem sido um fator importante, já que condições climáticas favoráveis podem aumentar a oferta global, pressionando ainda mais os preços. Os futuros do milho também apresentaram desvalorização na Bolsa de Chicago na última semana de maio, devolvendo parte dos ganhos acumulados desde meados de fevereiro.
O contrato com vencimento em julho fechou o período cotado a 446,25 cents por bushel, uma desvalorização de 4,0%. O principal fator para essa queda foi o avanço significativo no plantio do milho nos Estados Unidos. Em 19 de maio, 70% da área havia sido plantada, aumentando para 83% até 26 de maio. Esse progresso indica que a maior parte da área de plantio será completada dentro da janela ideal, o que tende a garantir uma boa safra. Além disso, a queda nos preços do trigo também contribuiu para a pressão sobre os preços do milho em Chicago.
Outros fatores que influenciaram o mercado foram as previsões climáticas favoráveis para o cinturão do milho nos Estados Unidos, que aumentaram as expectativas de uma boa produtividade. No Brasil, a colheita do milho safrinha alcançou 6,4% da área plantada. Esse aumento na oferta interna, combinado com a desvalorização do milho na Bolsa de Chicago, resultou em perdas no mercado interno.
Na B3, o milho encerrou a semana cotado a R$ 58,21 por saca, uma desvalorização semanal de 2,0%. A colheita da safrinha no Mato Grosso, principal estado produtor, está adiantada em relação ao ano anterior, o que pode aumentar a pressão sobre os preços nas próximas semanas. A logística de escoamento também é um ponto crucial, com estradas e ferrovias sendo desafiadas pela grande quantidade de grãos a serem transportados. Além disso, as exportações brasileiras de milho continuam em ritmo forte, impulsionadas pela demanda internacional, especialmente da Ásia e do Oriente Médio.
As movimentações recentes no mercado de soja e milho refletem a influência de fatores climáticos e de plantio nos Estados Unidos, além das dinâmicas de oferta e demanda globais, especialmente com relação à China. A atenção dos mercados está voltada para o progresso das safras e para como esses fatores irão continuar a influenciar os preços nas próximas semanas. A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também permanece como um fator de incerteza, com possíveis repercussões nos padrões de comércio e nas políticas agrícolas dos dois países. Além disso, as condições econômicas globais e as políticas governamentais relacionadas a biocombustíveis podem influenciar a demanda por milho e soja, adicionando mais variáveis ao complexo cenário de preços.