Notícia

Trigo: suscetibilidade de cultivares às doenças

A resistência genética é um dos pilares do manejo integrado de doenças na cultura do trigo. É o método ideal de controle, pois pode ser aplicado a qualquer área plantada e tem baixo impacto ambiental.

O sucesso do controle por resistência genética depende do tipo de doença a ser controlada e da disponibilidade de variedades no mercado, proveniente dos centros de pesquisa em melhoramento que desenvolvem testes agronômicos, de patogenicidade, e muitas vezes demoram mais de uma década para encontrar uma boa variedade comercial.

Para o cultivo de trigo, um dos cereais mais produzidos no mundo e de extrema importância no Brasil, existem relevantes centros de melhoramento genético nacionais, como exemplos: IAC (Instituto Agronômico de Campinas), EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná). As doenças foco mais comuns para estes programas são Brusone (Pyricularia grisea), Ferrugem da folha (Puccinia triticina), Giberela (Fusarium graminearum), Manchas Foliares (Dreshslera tritici-repentis, Bipolaris sorokiniana, Stagonospora nodorum), Mosaico (Soil-borne wheat mosaic vírus), Oídio (Blumeria graminis f.sp. tritici), Bacterioses (Pseudomonas syringae pv. syringae, Xanthomonas campsetris pv. undulosa) e VNAC ou Nanismo amarelo (Barley/Cereal yellow dwarf virus).

Danos à cultura do trigo

Os danos que as doenças de trigo podem causar estão na média de 44,6% da produção, o que equivale a aproximadamente 19 sacas de 60 kg por hectare (EMBRAPA trigo). Portanto, não há como ignorar a dimensão destes danos e deixar de usar a genética neste manejo.

No entanto, mesmo havendo a preocupação com as doenças acima citadas pelos melhoramentos genéticos, a triticultura ainda enfrenta dificuldade na obtenção de cultivares com qualidade tecnológica definida conforme as exigências do mercado, associada à resistência. Um exemplo deste fato, é que ainda não há uma variedade agronomicamente interessante que seja resistente a todas as doenças foliares. Esta lacuna com relação às variedades, é considerada um dos limitadores da cadeia produtiva do trigo brasileiro, e estão sendo tomadas iniciativas pelos centros de pesquisa em trigo, que visam atender plenamente esta demanda, que ainda se encontra em andamento.

Enquanto não houver maior disponibilidade de materiais genéticos que cubram a demanda do mercado, ainda veremos danos como os causados por giberela (23,1%) (CASA et al., 2004); ou então por brusone (até 63,4% do peso de espigas) (GOULART et al., 2007); ou por doenças foliares (até 80%) (KUHNEM JUNIOR et al., 2008). Por isso, devemos continuar entendendo que o manejo de doenças deve possuir mais que um método de controle, englobando assim, o manejo químico, cultural, biológico, entre outros.

Fonte: BASF